quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Top 10 de Neil Young

Achei interessante esta matéria do André Barcinski ( http://andrebarcinski.folha.blog.uol.com.br/arch2011-02-20_2011-02-26.html ) e resolvir colocá-la no aqui
Foi só falar na revista Mojo que a última edição chegou aqui em casa.
Na capa: Neil Young.
A Mojo fez uma seleção das 50 melhores músicas do homem. E pediu para vários músicos comentarem as escolhidas.
Eu adoro quando revistas fazem isso. Porque é raro ver um músico falando de outro. Em entrevistas, músicos costumam falar de seus próprios trabalhos, não do trabalho dos outros.
E a Mojo tem a mão para fazer essas matérias retrospectivas gigantes, com depoimentos bacanas de gente idem.
Quem eles pegam pra falar de Neil Young? Algum imitador? Algum manjado fã de country?
Bom, tem alguns, claro, mas tem muita gente que você não esperaria ver falando de Neil, como Jon King (Gang of Four), Gerry Casale (Devo), Mick Hucknail (Simply Red), Geddy Lee (Rush) e Kirk Hammett (Metallica).
Um dos depoimentos mais bonitos é de Michael Gira, do Swans. Do Swans! A banda industrial/noise mais pesada e escura do universo!
E melhor: Gira escolheu como música predileta “Old King”, um countryzinho banal sobre um cachorro, escondido no meio de “Harvest Moon” (1992).
Disse Gira: “É preciso muito talento para escrever uma música sobre um cachorro (...) Logo nos primeiros dois versos – Willie Nelson também sabe fazer isso – você já tem um retrato do mundo inteiro. Fazer isso, apesar da comicidade do tema, é um talento genuíno”.
Que tal J. Mascis, do Dinosaur Jr., falando de “Will to Love” (“American Stars’N’Bars, 1977):
“Eu sempre fui atraído pelo som da guitarra de Neil e os sentimentos que ele evoca. Isso te toca de alguma maneira. É como se Neil estivesse falando com você por meio da guitarra (...) ‘Will To Love’ sempre foi minha canção predileta. É realmente íntima e intensa; você está sentado num acampamento em frente a uma fogueira, dá pra ouvir o fogo estalando... É realmente etérea; ele soa tão deprimido, como se estivesse deslocado, flutuando pela correnteza, flutuando para longe da realidade e dos problemas...”
É por essas que eu coleciono a Mojo desde o primeiro número que comprei, há 13 anos.

Como disse, a revista escolheu as 50 melhores músicas de Neil Young. As dez primeiras são
10 – Everybody Knows This is Nowhere (Everybody Knows This is Nowhere, 1969)
9 – The Needle and the Damage Done (Harvest, 1972)
8 – Mr. Soul (Buffalo Springfield Again, 1967)
7 – Down By the River (Everybody Knows This is Nowhere, 1969)
6 – Helpless (Crosby, Stills, Nash & Young- Déjà Vu, 1971)
5 – Like a Hurricane (Weld, 1991)
4 – Only Love Can Break Your Heart (After the Gold Rush, 1970)
3 – Heart of Gold (Harvest, 1972)
2 – Cinnamon Girl (Everybody Knows This is Nowhere, 1969)
1 – After the Gold Rush (After the Gold Rush, 1970)
O meu Top 10 seria totalmente diferente (oito das minhas dez prediletas nem ficaram entre as 50 da Mojo):
10 - Change Your Mind (Sleeps with Angels, 1994)
Um épico de quase 15 minutos; Neil e o Crazy Horse num transe de microfonias e com o refrão mais lindo que já ouvi
9 - Sail Away (Rust Never Sleeps, 1979)
No meio da paulada de Rust Never Sleeps, Neil cravou essa balada de cortar o coração
8 - Stupid Girl (Zuma, 1975)
Uma canção de amor linda – dizem que para Joni Mitchell
7 - Dreamin’ Man (Harvest Moon, 1992)
Sou só eu que acha Harvest Moon melhor que Harvest? A primeira frase dessa letra me mata: “sou um homem sonhador / e esse é meu problema / eu sei dizer quando não estou sendo verdadeiro”
6 - Comes a Time (Comes a Time, 1978)
Um rabeca, um violão, e Neil canta, com aquela voz melancólica : “Vem um tempo em que você está à deriva / vem um tempo em que você se encontra”. Podia parar por aí, não precisava de mais nada
5 - Old Man (Harvest, 1972)
“Velho, olhe para a minha vida / eu sou muito parecido com você (...) ”... E daí entra aquele banjo no refrão, com a voz de Neil subindo até um lamento esganiçado, a voz que só serve para cantar suas próprias músicas
4 - Thrasher (Rust Never Sleeps, 1979)
Já ouvi essa música cinco mil vezes e cada vez acho uma interpretação diferente para a letra. Um drama gótico sobre caipiras sem teto? Fazendeiros perdendo suas fazendas? Índios expulsos de suas terras?
3 – Danger Bird (Zuma, 1975)
Tem que ter muita moral pra gravar uma música tão porca, tão desafinada, tão esculhambada quanto essa e ainda soar transcendente. O biógrafo de Neil, Jimmy McDonough, descreveu assim Danger Bird: “parece a trilha sonora de um filme podreira de Zé do Caixão”. É isso aí.
2 - Barstool Blues (Zuma, 1975)
“Se eu pudesse me segurar a um só pensamento / até eu saber / por que minha mente anda tão depressa / e a conversa, tão devagar”. Toda vez que ouço isso, penso em alguém num bar, com o coração a mil por hora, tremendo de antecipação, prestes a conquistar aquela mulher especial. Mas daí Neil manda: “Certa vez havia um amigo meu / que morreu mil mortes / sua vida era cheia de parasitas / e incontáveis ameaças indolentes”, e caio do cavalo. Seria a mais crua descrição da vida na estrada, seus perigos e prazeres? Só Neil sabe.
1 - Powderfinger (Rust Never Sleeps, 1979)
Outra narrativa que só Neil Young sabe exatamente o que significa. Acho que é a música mais visual que já ouvi. E uma das mais emocionantes, com os solos lancinantes de guitarra, os corais dos comparsas do Crazy Horse, e um clímax que parece fim de thriller. O momento mais bonito que já vi em cima de um palco foi Neil e o Crazy Horse fazendo o quarto bis em Buenos Aires em 91, debaixo de uma tempestade. A produção desligou o P.A. Neil ficou puto, mandou os roadies virarem os amps de palco pro público e fez uma versão de 15 minutos de Powderfinger. Vida longa pra ele. Abaixo link de Powderfinger ao vivo em 1991
http://www.youtube.com/watch?v=woN-rSesgDM&feature=player_embedded#at=32

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Por do sol no Anhembi

Foto clicada no parque do Anhembi as 18:52 na monstagem da feira da Construção em 2007

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

o Gato e o Pássaro